Divinity: Original Sin II deslumbrou muitos fãs do género RPG no ano passado, no PC, e agora com o lançamento da edição definitiva, é a vez dos jogadores de PlayStation 4 e Xbox One. Se já estão familiarizados com Divinity: Original Sin II, e querem sobretudo saber como o jogo se comporta nas consolas, podem saltar diretamente para os últimos parágrafos, caso contrário, continuem a ler para perceberem porque é Original Sin II um RPG de excelência.
Trata-se de um jogo com perspetiva isométrica, totalmente 3D, onde controlam uma equipa de aventureiros através de combates por turnos. O mundo em si vai buscar muita inspiração à fantasia clássica, com magia, guerreiros, ladrões, e muitos outros elementos familiares, embora tenha alguns toques originais e interessantes no enredo. O que realmente distingue Original Sin II é a atenção impressionante ao detalhe, a jogabilidade altamente cuidada – mas não linear -, o guião divertido e inteligente, e a presença de muitas histórias interessantes.
Não precisam de muito tempo para perceberem o tipo de atenção que a Larian Studios colocou na criação deste mundo. Podem criar a vossa própria personagem, mas o jogo inclui seis personagens já feitas, todas com as suas próprias histórias de fundo extremamente ricas. Até vos aconselhamos a jogarem com uma destas personagens, tal é a profundidade do conteúdo que vão encontrar. Por exemplo, se jogarem com Fane, que é um morto-vivo, terão de manter a sua cara tapada nas aldeias, já que os vivos tendem a reagir mal à presença de um zombie.
Independentemente da personagem escolhida, vão conhecer outros aventureiros durante a campanha, que podem recrutar para o vosso grupo – até um máximo de quatro membros. Cada uma destas personagens tem também as suas próprias histórias, motivações, e personalidades. Divinity: Original Sin II está repleto de histórias para contar, e cabe ao jogador escolher como interagir com elas.
Não são obrigados a isso, mas o jogo está carregado de livros, textos, e referências, que permitem aprofundar seriamente o conhecimento do mundo. Sabemos que nem todos terão paciência para isso, mas vale a pena, porque existe aqui material de grande qualidade. A escrita é brilhante, imaginativa, e bastante divertida.
Existe tanto para ver e fazer que têm de aceitar que será impossível ver tudo numa só passagem pelo jogo. Ao tomarem decisões, estarão a escolher partes do jogo em detrimento de outras, e podem ter experiências muito diferentes. Por exemplo, numa passagem pelo jogo podem ter um companheiro como fiel amigo, e noutra podem decidir corta-lhe a cabeça porque não gostam da sua atitude. E o mais importante de tudo isso, o jogador está sempre em controlo do que se passa.
O sistema de combate também tem grande detalhe e profundidade, embora na sua essência seja um sistema de combate por turnos à base de pontos de ação – cada personagem tem determinado número de pontos por turno, e cada ação, desde movimento a ataques, consome pontos. Quando os pontos acabam, têm de terminar o turno dessa personagem. As várias classes do jogo oferecem muitas habilidades, mas também têm de considerar o cenário e a interação com elementos. Se destruírem um barril de óleo perto dos inimigos, podem causar-lhes grande dano de fogo, e o mesmo é verdade com água e electricidade, mas existem mais elementos, armadilhas, e condições a considerar.
Existe um sistema de classes, mas não é muito rígido, o que significa que um mago pode ganhar capacidades de combate, por exemplo. Existem muitas habilidades, à medida que o jogo se desenrola, vão desbloquear muitas ações e possibilidades. Por vezes pode ser um pouco difícil acompanhar essa vertente do jogo, mas isso também depende do nível de dificuldade e do grau de empenho e de domínio que pretendem ter do combate e das personagens. Uma das novidades desta edição definitiva é precisamente um modo história, que permite aos jogadores desfrutarem da aventura sem terem de perder muito tempo a dominar sistemas de jogo e menus. Dito isto, Divinity: Original Sin II é um jogo que merece ser jogado com total empenho e atenção, porque nada é ao acaso.
Também impressionante é o facto de não termos encontrado um único bug no jogo, ou pelo menos nada digno de registo. Graficamente não será o jogo tecnicamente mais impressionante do mercado, mas o nível de detalhe, a vivacidade das cores, e a personalidade do mundo criado pela Larian Studios, compensa bem esse facto.
Divinity: Original Sin II seria recomendado com honras elevadas apenas pela campanha a solo, mas o jogo oferece mais que isso, já que inclui um modo multijogador. Podem partilhar da experiência com um grupo até quatro jogadores, e o mais interessante é que cada jogador terá os seus objetivos e perspetivas da aventura. O PC ainda inclui um modo Gamemaster, mas não foi adaptado às consolas, o que compreendemos, já que é um modo carregado de menus e sistemas, difícil de adaptar à interface de um comando. Para compensar, existe o modo Arena, onde podem participar em várias condições de combate.
A melhor forma de jogar Divinity: Original Sin II continua a ser no PC, mas a adaptação às consolas é muito positiva. Depois de um curto período de adaptação, será fácil dominar a câmara, o sistema de menus, e a interface. Já o primeiro jogo tinha beneficiado de uma adaptação positiva, e a sequela segue o mesmo caminho. Uma nota ainda para o facto desta versão também estar no PC, acrescentando tutoriais, mudanças narrativas, melhor optimização, e um reequilíbrio de alguns elementos.
Divinity: Original Sin II é um dos melhores RPG no mercado, adaptando na perfeição elementos de Pen & Paper ao meio dos videojogos. É por isso mesmo uma aventura muito longa, que exige dedicação e tempo do jogador, mesmo no modo história – mas vale bem a pena. A história, o combate, as personagens, o mundo, o sistema de progresso, o guião, o ritmo, a interface… tudo funciona, tornando Divinity: Original Sin II num jogo obrigatório para fãs do género.
Créditos , gamereactor – link original https://www.gamereactor.pt/analises/376313/Divinity+Original+Sin+II+Definitive+Edition/?rs=rss